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PROIBIDO ACESSO
2021, teatro, 55'

A escuridão como refúgio. O corpo como matéria do agora. "Eu estou aqui, eu estive aqui". A memória guarda o toque e o cheiro do líquido que escorre. As presenças todas estão aqui, estavam aqui. Um ritual de transa, o corpo em transe. "Quando foi a última vez que meu corpo sente?”.

Atuação: Leandro Cardoso

Direção: Mauro Filho

Criação e dramaturgia: Leandro Cardoso e Mauro Filho

Desenho de luz e ambientação sonora: Hedra Rockenbach

Cenografia: Sandro Clemes

Criação e concepção de figurino: Karin Serafin

Captação de imagens: Leonam Nagel

Operação técnica: Hedra Rockenbach e Mauro Filho

Identidade visual e fotografia: Desajuntório

Assessoria de imprensa: Mariana Feitosa

Produção executiva: Andrea Rosa

Produção: Karma Coletivo de Artes Cênicas

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“Começamos esse projeto no final do ano de 2019, sem saber qual caminho e direção iríamos seguir. As conversas e ideias que tive com meu namorado e também diretor desse trabalho, foram fundamentais para o início dessa construção. Durante esse percurso, acontecimentos e fatores mudaram a rotina do projeto e nos direcionaram para outro lugar. Outro lugar em que me refiro é o momento em que vivíamos normalmente. Os encontros físicos eram permitidos, principalmente em ambientes fechados e escuros. As vontades e desejos de querer construir algo cenicamente que estivesse ao meu alcance e fizessem parte de mim talvez não fossem possíveis naquele momento. Eu ficava me perguntando várias vezes como colocar o meu corpo à disposição e como eu poderia dialogar com o público. Mas algo maior que as minhas vontades e desejos permeavam aquele momento: a tragédia diária da pandemia e o terror que nos assombram desde 2018 em nosso país. Tenho passado por transformações de ideias e pensamentos nos últimos tempos. Os dias têm sido difíceis, cansativos e a noite o sono tem custado a vir. Mas apesar disso eu comecei a adentrar no processo criativo deste trabalho. Os procedimentos de pesquisa, as experiências individuais e coletivas, o retrocesso e tantos fatores me atravessaram profundamente. Hoje o que vocês veem é por onde meu corpo passa e também já passou e essas experiências eu compartilho e trago na memória.”

Leandro Cardoso, ator

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“Era 2019 e naquele momento eu voltava a me colocar na direção de um projeto da Karma Coletivo. Depois de algumas experiências como ator e bailarino, eu voltaria a me colocar no lugar de alguém que observa, conversa, troca e acima de tudo dá combustível para a criação do ator. O isolamento, a pausa nos ensaios e a falta de perspectiva foram elementos que se colocaram dentro deste processo e mais do que diretor e companheiro de vida de Leandro, me tornei um cúmplice, dos períodos de tristeza que nos abateram profundamente. Desmonte, censura e morte. Era no meio disso tudo que iríamos levantar um projeto que fala de um corpo que ferve e deseja. Como seria possível pensar em desejo em um dos momentos mais tristes da história de nosso país? Com essa pergunta em mente, a sala de ensaio se tornou lugar de projeção de futuro e resistência ao tempo presente. Não iríamos sucumbir. Mas para isso novas práticas precisariam ser implementadas e nosso olhar sobre nossos corpos mudar profundamente. Talvez assim poderíamos fazer justiça a todos os milhares de corpos que não tiveram o mesmo privilégio que os nossos.”

Mauro Filho, diretor

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